
Era uma vez um momento, esse que é tudo, que pode ser pouca coisa. Que é nada, e pode ser muito. E ainda, ser escuro numa noite estrelada, ou mesmo iluminado, por um sol sem brilho. Mas mais que tudo isto, o momento, explode pela importância de ser, teu e meu ou de qualquer um, sem ser de ninguém.
Aconteceu, acontece e acontecerá. Sem ser propriedade de ninguém, fez é e faz sua propriedade tudo e todos. Sua história é tão complicada que o momento por vezes, insipidamente, vai indagar o próprio momento que não responde e não tem resposta, pela indignação de tão-somente ser algo ignorado.
Certo dia de muitos dias o momento transforma-se, sistematicamente dia após com o tempo. E, um dia o ignorado transpõem-se ao ignorador passando incessantemente à forma translúcida e imponente fica o momento fazendo dos seus ignorados um dos maiores ignorantes.
Veste-se com seu fato domingueiro e num momento faz-se de crente e em dado momento sente o perdão antecipado do pecado. Com esta visão tão desfasada o momento é puro engano olha a pessoa ao longe vê que ela vai tropeçando e a verdadeira história do momento poder ser apenas duas palavras “vida” ou “ morte”.
A ausência se modéstia nada constrói, e a resignação assume sonhos falhados fazendo com que o momento vá fecundar o intermédio entre a vida e a morte que escasseia de valor. Se deixa de ser engano a verdade do momento, engana a própria verdade, na distância do passado e futuro fica atrofiando o presente pelo que esquecemos e ignoramos o verdadeiro sentido do momento.
O momento fica de mal com o tempo perdido na imensidão, aguça os sentidos e faz a matéria transbordar entre o céu e a terra que apenas sabe parir apatia, ás fronteiras do saber de cada momento.
Cada momento se dilui, em milésimas de segundos e deixa de ser presente infalivelmente arrastando a matéria tão vulnerável à existência e, com ele se funde cada instante de vida.
Mas um dia o momento transforma-se no tamanho do mundo e só terá dono quando um louco inundado pelo mundo irreal poisar na vida com a louca loucura, da loucura mais louca, que a loucura ainda não inventou e inventa o final da história do momento.
1 comentário:
Momentos ...
Loucos ...
Beijo fantasma.
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